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quinta-feira, 10 de abril de 2008




















NOSSO VASO
Guida Linhares

Era apenas um vaso
como tantos outros
que deitei o olhar num dia
em que a vida não me sorria

Não tinha um lugar certo
e nem siquer um dono
jogado ao canto esquecido
talvez por quem
não tenha dado o devido valor

Me aproximei dele
e o tomei nas mãos
estava muito maltratadinho
talvez abandonado pela sorte

Suas trincas e rachaduras
eram evidentes demais
mas guardava em seu
rico interior
uma terra ainda adubada

Peguei nele com carinho
quase como um abraço
e o ajeitei no cantinho
do meu coração abalado

E o levei pra minha casa
arejei bastante a terra
e plantei uma muda de rosa
vermelha e perfumosa

A plantinha cresceu
mas de seu caule
também vieram os espinhos
que fui arrancando um a um
à medida que brotavam


Talvez estivesse errando
em fazer tão vil ação
mas não queria que eles ferissem
também meu coração

E numa ensolarada manhã
um belo botão de rosa
despontou promissor
enchendo minha vida
de alegria e calor

E foi tanta espera
pela flor desabrochada
meu coração palpitava
ja quase desistindo,
pois que a rosa não se abria
nem ao raiar do dia

Percebo que ainda tarda a surgir
em todo o seu esplendor
mas para quem não tinha nada
e achou um vaso

apenas de terra adubada
agora tem também
a espera da flor,
numa promessa de amor

Santos, SP/Brasil

28/06/2006


Envio da poesia formatada >
guidalinhares@gmail.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá!!!!! Esse, especialmente, ameeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiii!!!!
Muita reflexão com coisas simples... isso é linnnnndo e poético ao extremo!
Sinceramente, você é um bom exemplo de "engenho" e "arte"!
Beijos,
Sara.