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sábado, 7 de junho de 2008

JARDIM POÉTICO



JARDINEIRO DE ILUSÕES
Guida Linhares


No jardim dos mais belos sonhos,
ele buscou plantar lindas rosas,
cuidando com todo desvelo e carinho,
para florescerem na primavera do amor.

Cresciam vigorosas coroando os canteiros
da glória infinita que a natureza dispõe,
para amenizar o peso do cotidiano,
daqueles que as buscam na contemplação.

Houveram momentos de enlevado deleite.
Os dedos acariciavam as pétalas acetinadas,
e o doce perfume inebriava as entranhas.
Desabrochavam-se os corações apaixonados.

Porém, numa quente tarde de outono,
escurecido o céu com pesadas nuvens,
a chuva veio com força descomunal,
despedaçando as rosas sem piedade.

Em desespero, o jardineiro de ilusões
correu por entre as flores sem acreditar,
que todo o seu trabalho fora destruído,
pela própria natureza, em sua fúria.

Encharcado pela chuva e pelas lágrimas,
quedou-se cansado no meio das flores.
Recolheu uma rosa e a aproximou de si,
percebendo nela, uma lágrima rubra.

Neste momento de profunda emoção,
relembrou a sua trajetória amorosa.
Quantas vezes chorou escondido,
tal qual a rosa, por sentir-se perdido.

A chuva que inundou a sua alma,
no princípio trouxe tristes lágrimas,
mas depois as vibrantes cores do arco-íris,
inundaram sua vida de novas esperanças.

Assim é a vida, somos nós e a natureza.
Surpreendentes, inquietos e passionais,
atuando em ciclos que se alternam,
tendo como alvo a sonhada harmonia.

Santos/SP/Brasil


sexta-feira, 6 de junho de 2008

ROMANTISMO POÉTICO



Você tem meu coração!
Guida Linhares

Meu amado, encanto das horas,
me enfeitiças com a tua doçura.
Quando chegas e dizes sem demora;
Amor estou ardendo em só ternura.

E me chamas pra sentar juntinho,
Com mil dengos e afagos me cercas.
Não resistirei mais ao teu carinho;
Do meu amor espero não te percas.

É claro querido, que estou feliz!
Porque me perderia de ti agora?
Há tanto tempo busco a tua raiz
teu orvalho, teu ser, tua aurora.

Agora que afinal nos encontramos,
partilhando de momentos especiais,
realizando tudo o que sonhamos,
me resta concluir amado meu,

que nosso destino estava traçado.
Trazes na mão antigo caduceu
de vidas passadas ao meu lado.

Almas complementares atraídas
pelo imã dos registros akásicos* .
Quando essências foram abstraídas
de nossos sonhos mais básicos.

De sermos para sempre felizes,
até que nos separe a morte.
Ou talvez nos junte como matrizes,
de um ressurgir que nos comporte!

Assim nada mais quero da vida.
Cesso aqui por completo a busca.
Ter em teus braços a doce guarida,
é a sorte minha que nada ofusca.

Com teu olhar deveras envolvente,
despertaste a adormecida paixão.
Fazendo vibrar a chama ardente,
uma vez que tens o meu coração.

&&&

* Registros Akásicos > Pela expansão da consciência é possível se ter ciência dos registros Akásicos, dos registros cósmicos. Mas, até mesmo ao nível de projeção da consciência ainda é possível a atuação da força negativa, mas existe bem mais segurança do que em nível da palavra falada e escrita.

Como no universo tudo ocorre segundo a lei das vibrações, somente uma pessoa equilibrada pode ter acesso aos níveis elevados de conhecimento e tais níveis são inacessíveis àquela força. Ali ela não pode ter acesso direto. Uma pessoa que tem acesso direto à fonte de conhecimentos cósmicos está menos sujeito a se envolver do que aquela que somente lê ou escuta.

www.joselaerciodoegito.com.br/site_salomao_228.htm

Santos/SP/Brasil
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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Inspiração Musical> Velho Arvoredo (Elis Regina)



VELHOS ARVOREDOS

Guida Linhares

Às vezes uma amizade vai nascendo devagarinho, como o brotinho que surge de uma semente que contendo energia vital, abraçada pelo útero da mãe terra, rompe a casca e se projeta na direção da luz solar. No começo parece fraquinha, e está sujeita às intempéries do tempo. Se chover demais, pode se afogar e dali nem passar. Se não chover, pode morrer ressecada pelo calor demasiado, sem a água necessária para irrigar o seu interior, faltando o alimento necessário para o seu crescimento forte e sadio.
Penso nas amizades desta maneira. Quando são antigas, sendo reais ou virtuais, já se conhecem o caule, os ramos, as folhas, já se acompanhou uma florada, e os seus frutos já foram de certa forma saboreados, o que não quer dizer que uma vez ou outra, não sejam tão doces ou tão gostosos. Mas quem disse que amigos tem que concordar em tudo, em gênero, número e grau? A beleza da diversidade da vida faz a grande diferença, na transformação de cada um de nós.
Quanto são novas amizades, ainda em brotinho, não se sabe qual será o seu formato, a sua constituição, o seu contexto, flores e perfumes, e quais frutos serão partilhados, como, onde e quando só o tempo vai dizer. Meu velho avô dizia sempre: - quem deixa a estrada velha pela nova, sabe o que deixa mas não sabe o que pega. Isto é apenas uma exceção à regra eu respondia, porque amizade pode nascer todos os dias, basta se ter olhos de ver e coração de sentir, pois há uma estranha magia, um certo acaso quando duas pessoas se encontram e a partir dali começam a se conhecer melhor e cultivar uma amizade.
Nem todos levam em conta que as estórias de vida diferentes, a educação recebida, as alegrias conhecidas e as frustrações de cada criatura são únicas e singulares, e que cada um tem a sua própria ótica, e se enxerga através dela, e mesmo que alguém queira mostrar um outro lado, tem gente que se recusa a ver e nem quer perceber que há pequenas coisas que podem ser mudadas para melhor.
Assim quando numa amizade, os pensamentos e sentimentos se entrechocam, e as rupturas muitas vezes se fazem, há todo um percurso dolorido e difícil. Contudo, costuma-se dizer que da discussão nasce a luz e do intercâmbio de idéias, se pode enriquecer sobremaneira o nosso instrumental para uma convivência verdadeira e harmoniosa.
Gosto de olhar os velhos arvoredos, com a sua placidez. Seus troncos grossos, testemunhas de muitas estações e sinto que a energia que eles contém vai além, muito além, pulsando em seus ramos, cobertos de folhas verdes, que se balançam ao vento e neste momento, gostaria de ser como as folhas, que em seu silêncio, apenas dançam a melodia de existirem simplesmente para receber o abraço do sol.

Santos/SP - 05/06/08

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quarta-feira, 4 de junho de 2008

JANELA POÉTICA





SEI QUE VOLTARÁS....
Guida Linhares



Às vezes na caminhada, encontramos portas abertas, que nos convidam a entrar, e lá vamos nós com a nossa ousadia e inquietude a penetrar em seu interior. Parece tudo tão bonito e brilhante. Em cada parede, quadros que mostram a materialização dos sonhos, daqueles que trazemos em nosso interior e querem se desvelar.

Então pisamos confiante neste novo aposento, nos deitamos na rede da varanda, sentindo a brisa fresca da tarde, escutando o doce trinar dos pássaros, na sua alegria natural. Heis que de repente, ouvimos o som da viola dedilhada, por um experiente cantador, que dela tira os sons mais sedutores que chegam nos corações desejosos de encontrar um grande amor.

E aquela melodia nos leva a penetrar nos meandros da música, a se deixar envolver pelo ritmo romântico, a fechar os olhos e dançar na loucura que a paixão permite e que os desejos aflorados cobram quando encontram um território propício e aguçado para a sua realização. E a sensação de que os Deuses do Olimpo conspiram a nosso favor, e que agora sim é chegada a hora de se revelar um sereno Amor, faz com que o coração sinta-se navegando em nuvens douradas, carregadas de uma gostosa eletricidade, que acende corpos e almas.

Tantos momentos são vivenciados nesta casa de paredes luminosas, tantas idéias trocadas, tantos sonhos compartilhados, que se chega a pensar, que a busca pelo grande amor ali termina e começa uma nova caminhada; a do viver a dois, compartilhando das mesmas emoções, em que de mãos dadas iremos caminhar pelos campos de centeio, sob as bênçãos da natureza, sentindo raios de sol aquecendo rosto e corações.

Parece tudo tão certinho, mas eis que de repente, surgem nuvens cinzentas que vem trazer o sombrio vendaval a arrastar sonhos e esperanças para o ralo da desilusão. E então, os quadros da parede recebem um pano negro, o do luto que precisa ser feito, o da ruptura dos laços afetivos, porque quando um desiste e se vai, o outro precisa ter amor próprio suficiente, para reiniciar a caminhada, sair da casa e seguir por um caminho que o leve buscar uma outra janela.

Uma janela em que possa sorrir de novo, em que sinta que nem tudo está perdido, em que tenha a absoluta certeza de que tudo o que ganhou foi bom, mas aquilo que perdeu seja o que for, precisa ser resgatado de novo, para desanuviar o coração, e encontrar a paz de espírito.

Se for um poeta e neste sonho dourado perdeu a inspiração, e não mais conseguiu escrever seus sentimentos, pois estavam desencontrados, então nesta nova janela, que possa se deliciar com a visão do mar, das flores, coqueiros e o alegre papagaio. Que sejam poderosos estímulos aos olhos do menestrel, para que volte a escutar o doce cântico da lira.

Assim ele sabe, que ela voltará: aquela amigável inspiração que acalentava seus dias e noites, e que sempre o acompanhou, sem nunca jamais traí-lo e nem deixá-lo ao léu.

A vida transcorre num contínuo movimento e tudo o que acontece para cada um de nós, sempre contém um aprendizado, seja entre risos ou lágrimas.

Mas quando algo nos prende a ponto de nos tirar a alegria de viver, temos que ter a coragem suficiente de mudar tudo o que for necessário, para retornar ao ponto de partida, aquele em que encontramos uma porta aberta e nela entramos.

Há que se fechar esta porta e partir para um recomeço, com o coração cheio de esperança de que tudo valeu a pena, pelos instantes de felicidade, mas que nada nesta vida tem duração eterna.

A tristeza, a mágoa, o desânimo não trazem nenhum benefício à saúde. Apenas são portas abertas para que a doença física se instale e faça morada.

Que tenhamos suficiente bom senso para não deixamos que as ervas daninhas dos sentimentos e pensamentos negativos nos prendam em suas malhas traiçoeiras.

Que a vida é um sopro fugaz e a cada dia temos uma nova oportunidade de sermos cada vez mais felizes e realizados, pois o Supremo Criador nos deu a Inteligência para que saibamos conduzir a vida para a abundância, com muito amor no coração.

Santos/SP/Brasil

04/06/08

terça-feira, 3 de junho de 2008

REPRISE POÉTICA


DOCE MORANGO
Guida Linhares
<>


Vinha cansada da vida,
de tudo quanto me rodeava.
Queria me esconder em algum canto,
não ver mais nada nem sonhar.
Chegaste como quem nada quer,
e trazias um doce morango
que recebi com um prazer
indescritível.
E foram dias e dias
de intensa prosa e alegria.
Parecia que um túnel
havia se aberto e a luz
penetrava toda a atmosfera
desenrolando sonhares
ativando a imaginação
e mil sensações
percorriam o nosso coração.
Foram tempos curtos,
porém memoráveis!
Mas de repente,
nos desentendemos...
e depois de novo..
e mais uma vez!
Agora estamos
no mais completo silêncio.
Não haverão mais passos,
a serem dados
um na direção do outro.
Vou indo
cansada da vida
de tudo quanto me rodeia.
Quero me esconder em algum canto
não ver mais nada nem sonhar,
com doces morangos
enfeitiçando
alma
corpo
coração!

<>

Santos/SP - 23/02/08

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segunda-feira, 2 de junho de 2008

PRESENTE DO CORAÇÃO





"DE CORDIS" *

Guida Linhares



Quando agraciados pelo amor,
nossos olhos só veem a beleza
que se desprende da criatura amada,
e mil sóis acendem todas as sutis emoções.

Ainda que o amado seja feio ou tenha defeitos,
o amor se reveste da mais pura beleza
e a nós, aquela pessoa parece perfeita
alma gêmea, companheiro da eternidade.

Mas os anos passam e nós mudamos.
Aquela pessoa amada também muda,
se reveste de outras nuances e matizes
e a ponte que os unia ameça desmoronar

Já não temos mais a vontade de namorar.
Os traços de carinho e ternura de outrora
ficaram no passado, entrelaçados em lembranças.
Nosso coração não mais acelera, nem falta o ar.

Parece que o amado se integra de tal maneira
a nossa essência e corpo, que passa a fazer parte
integrante de todo nosso ser como um patrimônio
sem mais riscos, nem mistérios, nem expectativas.

Não mais o despetalar mal me quer, bem me quer..
O amado ali está muito ao alcance da mão,
que tantas vezes acaba ficando em segundo plano
sem os cultivares necessários a que a flor não murche.

Às vezes penso, que a rotina mata a flor do amor.
E se parte em busca daquele ser tão amado,
dos tempos de outrora e não reconhecemos mais
como nosso enamorado, o que ali se encontra.

É quando tentamos resgatar o velho sonho.
Investimos em diálogos, argumentos e tentativas
de que tudo volte a ser como era antes.
Mas nada muda, apenas o silêncio se apresenta.

Vã ilusão a nossa....por mais que nos debatemos,
por mais que busquemos equacionar a situação,
ela já se encontra totalmente fora de nosso controle
considerando que o outro nem quer mais tentar.

Buscamos aquele amor que foi desmedido,
aqueles beijos que nos deixavam sem fôlego,
os abraços, os desejos, o tesão que pede resolução
as tantas noites e dias em que respirávamos juntos no amor

E nada disso encontramos...apenas um vazio imenso
um desejo de que o outro desapareça da nossa frente,
com um piscar de olhos, pois aquele que ali está
não é mais o nosso desejado amante, nosso grande amor.

Contudo os vínculos que se formaram ao longo do tempo,
continuam a prevalecer, até mesmo depois da separação,
levando um certo tempo para se dissolverem completos,
trazendo a liberdade e tirando o sufoco do coração.


* DE CORDIS . Em latim significa de coração. O radical latino sobreviveu em “aCORDe”, bem como em “CORação”, “CORDIal” e “aCORDeão”.

Curiosidades

DECORAR (textos)
Memorizar com o coração ou seja tudo que nos emociona, fica melhor gravado pelos mecanismos da memória.

DECORAR (a casa)
Preparar com o coração, o local onde se mora, e nele se colocam todos os elementos que irão proporcionar prazer e alegria aos nossos olhos e daqueles que moram conosco ou nos visitam.

Santos/SP
18/02/08

http://www.guidalinhares.net
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domingo, 1 de junho de 2008

ROMANTISMO



CONJUNÇÃO AMOROSA
Guida Linhares

Nesta busca infinita pela jóia amorosa,
me deixei ficar serenamente às margens do rio,
que corre célere pelas artérias e veias da vida,
seguindo seu curso natural. Às vezes um desvio,
parece que nos afasta da reta, deixando uma ferida.

Contudo quando se alimenta a doce esperança,
a afagar as horas que passamos entre sonhos,
acabamos por encontrar dentro de nós, a criança
que ainda se delicía com os contos de fadas,
que alimentou as fantasias em antigos dias risonhos.

E essa criança já crescida e transformada em jovem
ainda sonha com o príncipe encantado chegando
galopante em seu cavalo branco, garboso e elegante.
Na sublime materialização do sonho, quem há de saber
qual a generosa hora em que o Amor se desvela cativante?

Às vezes é um olhar que atravessa uma avenida congestionada,
outras tantas vezes o bate papo descontraido no barzinho,
ou até mesmo o encontrão na areia, em plena avenida marinha.
Mas quase sempre o acaso faz a hora acontecer de mansinho,
e a pessoa certa chega, com seu jeito de ser, como quem não quer nada

E olhos se encontram, palavras se entrelaçam, corações se buscam
Sonhos se revelam, vidas se desnudam, quimeras saltitam
e alguém que poderia passar desapercebido na multidão,
passa a ter o farol de luzes acesos sobre emoções que despertam,
as mais deliciosas sensações. Aquele querer demasiado,
que chega a doer no peito,quando não satisfeito.

Assim te encontrei, sonho dos meus sonhos, quando
nem mais esperava, já com a âncora afundada no peito.
Selado o cadeado da urna dos desejos, com sete chaves,
que agora corro a buscar e abrir todas as fechaduras,
porque você chegou e preencheu minhas horas de venturas.

Numa vida pautada pelo amor, jamais me entregaria
a quem quer que fosse, se o amor não sinalizasse.
Jamais aviltaria meu ser, aceitando a eventual hora do amor,
com alguém que pouco conhecesse, com um banal "ficar".

Ainda que seja um romance proibido, ainda que seja assim,
quero ao menos uma vez, uma única vez provar do teu mel.
Quero passear em teus territórios e neles deitar a cabeça,
adormecer os desejos, acalentar as mais loucas fantasias,
que a nossa ilusória vontade tecer, mas que será só nossa.

E depois de saciados todos os desejos do corpo e da alma,
poderás partir para a tua realidade, deixando gravados
no meu corpo, com o fogo do amor, as marcas da paixão.
E elas ficarão para sempre, e me lembrarei de você
a cada vez que a saudade apertar e sentir que em algum
momento deste tempo e espaço, de dois nos revelamos um,
em doce conjunção amorosa.

Santos/SP/Brasil
18/04/08
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