Jardim de Versos e Prosas
Um jardim de floridos versos e perfumadas prosas, cultivados a cada momento, com amor e alegria, encantando olhos e coração.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
Guida Linhares
Mais um dia se acaba
e meu sonho contigo se dispersa,
a cada dia mais e mais.
Não há violetas na janela,
nem mais convites ao entardecer...
O sol desmaia por detrás da serra,
e o dia termina
sem nosso cúmplice olhar.
Aos poucos as ilusões
foram empalidecendo,
e nem importa mais
ouvir a canção
de que tanto gostávamos...
Talvez seja melhor assim...
eu sem você e você sem mim.
Afinal os melhores sonhos
também chegam ao fim!
A
CASA DO CORAÇÃO
Guida Linhares
Duas
pessoas desconhecidas,
se encontram por
acaso,
no terreno ainda
vazio,
mas adubado de
Amor.
Olhos que brilham,
mãos que se
estendem,
sorrisos
desabrocham,
aos primeiros
alicerces.
E o tempo passa...
e os tijolos do
carinho
e da compreensão
erguem a casa,
na construção da
amizade.
Chega a hora da
dificuldade,
e um amigo acolhe o
outro,
aconselha e
acarinha,
no telhado da
irmandade.
Cercado de flores
perfumadas,
o jardim da pura
amizade
resplandece à luz
do sol afetivo,
na fraterna casa do
coração.
Santos/SP/Brasil
14/10/10
Participação na Ciranda Poética
"A construção da amizade"
do site A Era do Espírito.
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domingo, 9 de outubro de 2016
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Elaborado na sequência ao seguinte texto:
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Guida Linhares
I -
Poesia é sonho mágico
em palavras realizado.
Passando pelo trágico,
até o mundo encantado.
***
II -
A poesia é uma ponte
que enternece os corações.
Ainda que desaponte
quando põe fim às ilusões.
***
III -
A poesia é quase tudo.
O vento que afaga o rosto,
em versos que sobretudo,
afastam muito o desgosto.
***
IV -
A convidada poesia
bateu na minha porta.
Abri com muita alegria,
ser feliz é o que importa.
***
Vem sentar-te comigo Lídia
de Ricardo Reis
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Glosa da primeira estrofe
Guida Linhares
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Falaremos de tantas coisas que pensamos,
trocaremos abraços e te aquecerei do frio,
e de nossos pesadelos nos desvencilhamos.
Ficaremos juntinhos apreciando a alvorada.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos,
que nossos sonhos são os degraus da escada,
que nos levam à plenitude daquilo que idealizamos.
Para que eu te apazigue com lágrimas banhadas
Venhas trazer aos meus olhos as tuas tristezas.
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
Este meu leal coração somente vê a tua beleza.
(Enlacemos as mãos.)
(Sejamos um só coração.)
Santos/SP/Brasil
27/11/06
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Ven a sentarte conmigo, Lidia, a la orilla del río.
Hablaremos de tantas cosas que pensamos,
nos abrazaremos y te preservaré del frío,
y nos desataremos de nuestras pesadillas.
Nos quedaremos juntitos contemplando el alba.
Sosegadamente miremos su curso y aprendamos,
que nuestros sueños son peldaños de la escalera,
que nos lleva a la plenitud de aquello que idealizamos.
Para que yo te apacigüe en lágrimas bañadas
vengas a traer hasta mis ojos tus tristezas.
Que la vida pasa, y no estamos con las manos enlazadas.
Éste mi leal corazón sólo ve tu belleza.
(Enlacemos las manos.)
(Seamos un solo corazón.)
Version do prof amigo poeta Juan Martín
***
Vem sentar-te comigo Lídia
Ricardo Reis
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
***
BIOGRAFIA:
Ricardo Reis nasceu em Lisboa, às 11 horas da noite do dia 28 de janeiro de 1914. Foi discípulo de Alberto Caeiro, de quem adquiriu a lição de paganismo espontâneo. Há informação dando conta de que teria embarcado para o Brasil em 12 de outubro de 1919. Médico de profissão, monárquico, facto que o levou a viver emigrado alguns anos no Brasil, educado num colégio de jesuítas, recebeu, pois, uma formação clássica e latinista e foi imbuído de princípios conservadores, elementos que são transportados para a sua concepção poética. Domina a forma dos poetas latinos e proclama a disciplina na construção poética.
Ricardo Reis é o heterónimo que mais se aproxima do criador, Fernando Pessoa, quer no aspecto físico - é moreno, de estatura média, anda meio curvado, é magro e tem aparência de judeu português (Fernando Pessoa tinha ascendência israelita)- quer na maneira de ser e no pensamento. É adepto do sensacionalismo, que herda do mestre Caeiro, mas ao aproximá-lo do neoclassicismo manifesta-o, pois, num plano distinto como refere Fernando Pessoa em Páginas Íntimas e Auto Interpretação, (p.350).
Ricardo Reis é marcado por uma profunda simplicidade da concepção da vida, por uma intensa serenidade na aceitação da relatividade de todas as coisas.
http://nescritas.nletras.com/fpessoa/rrbiografia.htm
http://www.prahoje.com.br/pessoa/?p=15
http://www.ciencias.com.br/pagina_bedaque/pessoa/biografia.htm
http://www.secrel.com.br/jpoesia/reis.html
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quarta-feira, 4 de maio de 2016
de loucos desejos nos preencheu!
E foram momentos de ternura,
em que céu e terra se tornaram um só,
num doce enlevo pleno de ventura.
Tudo mudou e ficou mais bonito,
pois o teu amor me acordou da letargia,
ao dizeres TE AMO, quase num grito.
E o Amor sorriu de contente,
na realização suprema de um ritual,
que aquece o coração de toda gente.
Descobrir-se que se é amado,
muda a vida e o destino se desvela,
ao dar vazão ao amor tão sonhado.
Vivo agora entre um e outro instante,
aguardando que chegues de mansinho,
me tomando nos braços, como doce amante.
Santos/SP/Brasil
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Guida Linhares
Todo toque é pleno de amor,
quando acende os corações...
quando aquece as emoções...
e transmite um suave calor.
O ser humano precisa do toque,
para sentir-se feliz acarinhado...
para sentir-se alegre e apaziguado...
sentindo amorosidade a reboque.
Se na plenitude da vida a carência,
se fizer sentir por falta do toque,
fazes primeiro o carinho e desloque,
para o outro a tua afável essência.
Como rua de mão dupla atravessada,
o toque conquista e cultiva amores.
Nos faz contemplar entre as flores,
o suave beijo das borboletas aladas
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sábado, 31 de dezembro de 2011
Sementes de Esperança
Guida Linhares
Mais um ano de esperança,
movendo a alma da gente,
que nunca pára e nem cansa
de plantar uma nova semente.
Semente de paz a mais bela,
dentre todas as virtudes,
luminosa sentinela,
guardiã das atitudes.
Semente de amor familial
alicerçada na compreensão,
livrando a todos do mal,
em fortes elos de união.
Semente de amor sincero,
com cuidado cultivado,
não sendo apenas mero
passatempo descuidado.
Semente da pura amizade,
cultivada com carinho,
trazendo a felicidade,
p`ra ninguém ficar sozinho.
Semente de união bendita,
que junta todas as raças,
em cujo coração crepita
o fogo eterno das graças.
sábado, 24 de dezembro de 2011
Natal p´ra sempre
Guida Linhares
Dezembro, mês que anuncia
as alegres comemorações.
É o Menino Jesus renascendo
dentro de todos os corações.
Então a boa vontade cresce
para compartilhar o melhor,
presentear a quem se ama,
e doar ao próximo todo amor.
Quisera que este espírito
fosse eterno, permanente,
num afeto desabrochado,
em bem querer crescente.
Mas a velocidade do tempo,
e a individualização das criaturas,
faz perderem de vista o evento,
esquecendo das santas venturas.
Não mais em ajuda se pensa,
não mais preocupa a dor do irmão.
Não mais se distribuem carinhos,
não mais se compartilha o pão.
A ternura do Menino Divino
sob o olhar de José e Maria,
inspira um Natal p´ra sempre,
solidário em completa estesia.
Santos/SP/Brasil
22/12/11
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
A beleza das flores
Guida Linhares
Todas as flores são maravilhas
que Deus Nosso Pai nos ofertou
Para que a qualquer tempo da vida
sentíssemos dele todo o seu Amor
Ao passearmos em jardins floridos
canta nosso interior a mais doce canção
Quando os olhos se debruçam na cor
e sentimos o doce perfume embriagador
Mas todas as flores tem duração efêmera
e logo suas pétalas murcham e caem por terra
dentro do ciclo vital que a natureza encerra
Novos brotos surjem, crescendo em viço e beleza
Assim também é o Amor, que mesmo cultivado
tantas vezes morre, deixando a criatura à míngua,
perdida por entre as suas ilusões desfiguradas
Contudo se ela tomar entre as mãos uma nova flor
perceberá os eflúvios alvissareiros despontando
para vivenciar uma nova e florida primavera.
Santos/SP/Brasil
18/02/08
Nossos Caminhos
Às vezes tão estranhos são os caminhos
do coração, à medida que passam os anos.
Tem vezes que nos sentimos sozinhos,
parece que a luz se apaga e a treva
chega, pela mão dos desenganos.
Mas eis que a fé no coração,
faz com que os olhos busquem a luz.
E mesmo na solidão percebemos,
a necessidade de equilibrar a emoção,
extraindo do Amor, bálsamo suave que nos conduz
a paz e a quietude interior que bem queremos!
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Guida Linhares
Caminho na praia
como uma andarilha perdida
sensações me fazem retornar
ao passado não tão distante
e me vejo novamente
de mãos dadas contigo,
olhando a linha do horizonte.
Caminhávamos juntos
sempre proseando bastante
éramos tão companheiros
trocávamos tantas idéias
planejávamos passeios,
filmes, viagens,
tantas coisas juntos
Mas eis que de repente,
uma revelação foi fatal,
quando na mesa do restaurante,
disseste que querias
a separação
que o amor fugira do teu coração
A surpresa foi tamanha
que levei um tempo para acreditar
que de repente tudo se esvaiu.
Mas os dias seguintes
foram terríveis
na constatação da cruel verdade
de que a solidão a dois
estivesse sendo encoberta
por uma sutil ilusão
E assim nos separamos
voce foi embora pra além da serra
eu fiquei aqui a olhar o mar
e pisar na areia fofa
e a refletir sobre tantos anos juntos
uma eternidade de apenas trinta e sete anos
que em poucos momentos de diálogo,
se esvairam como os grãos de areia
do meu castelo de sonhos
que não resistiu à maré alta
que veio e tudo destruiu
Olho a praia em toda a sua extensão,
sentindo o frescor da água nos pés,
e percebo então que os dias passam
e a vida se desenrola do mesmo jeito,
mas os amores são voláteis
eles podem acabar-se de repente
sem que a gente se dê conta
e então a fantasia se despe,
a quimera desaparece
e apenas sobra a lembrança
de uma utópica ilusão de que
os grandes amores duram para sempre!
Santos/SP/Brasil
07/06/06
Participação na ciranda poética Utopia
http://www.amoremversoeprosa.com/cirandas/446utopia.htm
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Guida Linhares
Onde brilha o sentimento,
que trazes forte no peito,
não terá lugar o lamento,
num coração tão perfeito.
Ainda que o tempo passe
em devaneios ao sol poente
não há nada que rechace
o sentir de alguém contente.
Mesmo que nuvens revelem,
nuances de uma chuva forte;
há devaneios que perseguem
a vida plena e não a morte.
E assim navegas no rio
entre sonhos e ilusões.
A vida fluindo por um fio,
entrelaçado de emoções.
Fiel é o teu remo navegante
cheio de esperança no coração,
fazes da telinha o gigante,
que alimenta a tua paixão.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Guida Linhares
Amor sentimento desvelado
em coração apaixonado
buscando encontrar no outro
mil venturas e encantos
Amizade sentimento elevado
em coração que encantado
busca encontrar no outro
afinidades e sintonia
O amor desperta os seres
para a unificação total
de corpo e alma resolutos
se entregando e fundindo
A amizade envolve os seres
unindo almas que se atraem
tornando-se companheiras
solidárias e confiantes
No amor a amizade se funde
quando envolve o desejo
Na amizade o amor se constrói
no querer bem ao outro
Tênue fio a interligar
os corações das criaturas
amizade e amor permeiam o sentir
Mas só quem ama de verdade
sabe discernir o amor da amizade
domingo, 24 de outubro de 2010
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Guida Linhares
I
Depois da tormenta
um colar se apresenta.
Energia em cores.
II
Atrás da montanha.
Desponta o arco-íris.
Beleza tamanha.
III
São sete matizes,
a encantar o olhar.
Momentos felizes.
IV
Reflexo do sol,
numa ilusão de ótica.
Dispersão da luz.
V
Refração de cores.
Um arco corta o espaço.
Coração em festa!
VI
Nas águas do mar
o arco se completa.
Espelho d`àgua.
VII
Luzes refletidas
numa ilusão de ótica.
Gotas mágicas.
VIII
Olhar perdido
na paleta do arco-íris,
até desvanecer.