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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021


GOTAS DE FELICIDADE
 Guida Linhares 

Um dia você chegou com a tua bagagem de sonhos. 
Abriu a mala e mostrou a ternura embalada com fitas douradas. 
Trouxe flores perfumadas, as mais delicadas rosas. 
Ofertou-me um relicário, cheio de alegres borboletas. 
Desdobrou um lençol de cetim, cobrindo a grama do jardim. 
Convidou-me a sentar, para ouvir a tua canção. 
E como cantaste!
 Que doce melodia, fiquei em pleno encantamento. 
Me deste um beijo... o mais doce e demorado que já recebi. 
Teus braços fortes me enlaçaram, e tudo em volta desapareceu. 
E voamos, voamos alto, até onde as nuvens bailam. 
O sol da paixão aqueceu nossos corações solitários. 
As almas se fundiram numa só, e os corações se entrelaçaram. 
Depois do êxtase, adormecemos. 
Quando acordei, não estavas mais. 
Te busquei por entre os canteiros, chamando pelo teu nome... 
Então me dei conta, de que és um navegante sem porto. 
Chegaste como uma lufada de vento, partindo ao nascer do sol. 
Deixaste como lembrança, o toque de amor e carinho, 
tatuado nas entranhas. 
Agora em manhãs ensolaradas, 
sento na areia da praia, 
olhando o mar. 
E sei que onde tu estejas, 
uma gota de felicidade buscarás em algum lugar.  

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FIM DE SONHO
Guida Linhares

Mais um dia se acaba
e meu sonho contigo se dispersa,
a cada dia mais e mais.
Não há violetas na janela,
nem mais convites ao entardecer...
O sol desmaia por detrás da serra,
e o dia termina
sem nosso cúmplice olhar.
Aos poucos as ilusões
foram empalidecendo,
e nem importa mais
ouvir a canção
de que tanto gostávamos...
Talvez seja melhor assim...
eu sem você e você sem mim.
Afinal os melhores sonhos
também chegam ao fim!

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A CASA DO CORAÇÃO

Guida Linhares

 

 Duas pessoas desconhecidas,

se encontram por acaso,

no terreno ainda vazio,

mas adubado de Amor.

 

Olhos que brilham,

mãos que se estendem,

sorrisos desabrocham,

aos primeiros alicerces.

 

E o tempo passa...

e os tijolos do carinho

e da compreensão erguem a casa,

na construção da amizade.

 

Chega a hora da dificuldade,

e um amigo acolhe o outro,

aconselha e acarinha,

no telhado da irmandade.

 

Cercado de flores perfumadas,

o jardim da pura amizade

resplandece à luz do sol afetivo,

na fraterna casa do coração.

 

Santos/SP/Brasil

14/10/10

 
Participação na Ciranda Poética
"A construção da amizade"
do site A Era do Espírito.


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domingo, 9 de outubro de 2016


O ANIMAL SATISFEITO DORME..E O HOMEM?
Guida Linhares
No pensamento de Guimarães Rosa "O animal satisfeito dorme..."penso estar inserida justamente a natureza irracional, em que o maior desafio seja a sobrevivência da espécie, que ao satisfazer as suas necessidades de fome, sede e procriação, dorme plácidamente.
Mário Sérgio Cortella, em seu livro "Não nascemos prontos-provocações filosóficas", considera um elogio estimulativo dizer a uma pessoa: "Seu trabalho é bom mas fiquei insatisfeito, e portanto, quero conhecer outras coisas."
Quanto se levanta a questão até onde o lado bom das situações leva o ser humano à acomodação, penso que há diversas variáveis a serem levadas em conta, como por exemplo a personalidade, o caráter, a estória de vida de cada um, o sentido de vida, os propósitos, expectativas e sonhos.
Se alguém projeta para si mesmo, um caminho que o leva à realização de algum propósito, com certeza os elogios serão benvindos, e ainda que ele ouça que o outro está satisfeito, se ele não sentir-se assim, prosseguirá com certeza, até alcançar os resultados desejados.
Não é fácil lidar com as emoções e sentimentos alheios, quando da apreciação de algum trabalho, pois há todo um conjunto de fragilidades e melindres a serem levados em conta.
Nem todos estão preparados para ouvir o ponto de vista do outro, assim como o estímulo externo tem um peso diretamente ligado ao estímulo interno de cada pessoa.
Se o estímulo interno for suficientemente forte, o homem não dormirá "em berço esplêndido" enquanto não concluir tudo aquilo a que se propôs. Afinal ele busca saciar a sede e a fome da alma que o impele a produzir algo.
Porém há criaturas que realmente precisam do estímulo externo, necessitando da palavra amiga e construtiva para dar continuidade aos seus projetos.
Que se use da sabedoria para dizer as palavras adequadas no momento de estimular alguém a sair da letargia, da acomodação, da mesmice e da falta de entusiasmo.
Que se acorde a bela adormecida alma do seu sono de mil anos. Afinal humanos que somos, poderá haver um momento na vida em que se precise de alguém que também nos estenda a mão e nos leve a subir mais um degrau da longa escada de evolução espiritual.
Santos/SP - 07/06/2009

***

Elaborado na sequência ao seguinte texto:

O ANIMAL SATISFEITO DORME
Redação do Momento Espírita
O pensamento que intitula esta reflexão é de Guimarães Rosa, e encerra, por trás de aparente obviedade, um profundo alerta existencial.
O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital, toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão.
Rende-se assim à sedução do repouso e imobiliza-se na perigosa acomodação.
A advertência é preciosa pois, segundo o pensador Mario Sérgio Cortella, que aborda o tema, a satisfação conclui, encerra, termina.
A satisfação não deixa margem para a continuidade, para prosseguimento, para a persistência, para desdobramento.
A satisfação acalma, limita, amortece.
Diz ainda, que, quando alguém nos fala: Fiquei muito satisfeito com você ou Estou muito satisfeito com seu trabalho, é algo assustador.
Explica ele que tal expressão pode ser entendida como uma barreira ao crescimento, dizendo que nada mais de nós desejam, ou que aquele é nosso limite, nossa possibilidade.
O está bom como está pode ser um grande cerceador da evolução, pois pode nos acomodar à situação atual.
Segundo ele, seria muito melhor ouvir a seguinte expressão: Seu trabalho é bom mas fiquei insatisfeito, e portanto, quero conhecer outras coisas.
Percebamos que ele se utiliza da expressão insatisfeito, não para criticar ou depreciar o trabalho, mas para incentivar seu autor à continuidade.
Um bom filme, por exemplo, não é aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando quietos para a tela, enquanto passam os créditos, desejando que não acabe?
Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos no colo, absortos e distantes, pensando que poderia não terminar?
Uma boa festa, um bom passeio, uma boa viagem, não é aquela que desejamos se prolongue, que nunca acabe?
É desta forma que, segundo Cortella, a vida de cada um também deve ser, afinal de contas, não nascemos prontos e acabados.
Ainda bem, pois estar plenamente satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.
Termina ele dizendo que somos seres de insatisfação, e precisamos alguma dose de ambição em nossas existências.
O animal satisfeito dorme, pois não tem objetivos de vida, não tem razão para sair do lugar.
O ser insatisfeito, sedento por melhorar-se, pára por pouco tempo, avalia-se, celebra e valoriza o que já conseguiu. Depois, segue em frente, rumo ao inexplorado.
* * *
A reencarnação e suas leis são um grande incentivo ao progresso.
Como se acomodar perante um horizonte sem limites?
Como parar de caminhar sabendo que muito nos aguarda à frente?
Como deixar de buscar o aprimoramento constante, se percebemos que quanto mais conseguimos, mais felicidade conquistamos?
Despertemos, aqueles de nós que ainda dormimos o sono da acomodação!
Redação do Momento Espírita com base no texto Não nascemos prontos, do livro Não nascemos prontos - provocações filosóficas, de Mário Sérgio Cortella, ed. Vozes.

FALANDO DE POESIA
Guida Linhares

I -
Poesia é sonho mágico
em palavras realizado.
Passando pelo trágico,
até o mundo encantado.
***

II -
A poesia é uma ponte
que enternece os corações.
Ainda que desaponte
quando põe fim às ilusões.
***

III -
A poesia é quase tudo.
O vento que afaga o rosto,
em versos que sobretudo,
afastam muito o desgosto.
***

IV -
A convidada poesia
bateu na minha porta.
Abri com muita alegria,
ser feliz é o que importa.
***

Glosa da primeira estrofe do poema
Vem sentar-te comigo Lídia
de Ricardo Reis


   Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
   Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
   Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
   (Enlacemos as mãos.)

Glosa da primeira estrofe
Guida Linhares

    Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Falaremos de tantas coisas que pensamos,
trocaremos abraços e te aquecerei do frio,
e de nossos pesadelos nos desvencilhamos.

Ficaremos juntinhos apreciando a alvorada.
   Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos,
que nossos sonhos são os degraus da escada,
que nos levam à plenitude daquilo que idealizamos.

Para que eu te apazigue com lágrimas banhadas
Venhas trazer aos meus olhos as tuas tristezas.
   Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
Este meu leal coração somente vê a tua beleza.

   (Enlacemos as mãos.)
(Sejamos um só coração.)

Santos/SP/Brasil
27/11/06

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Ven a sentarte conmigo, Lidia, a la orilla del río.
Hablaremos de tantas cosas que pensamos,
nos abrazaremos y te preservaré del frío,
y nos desataremos de nuestras pesadillas.

Nos quedaremos juntitos contemplando el alba.
Sosegadamente miremos su curso y aprendamos,
que nuestros sueños son peldaños de la escalera,
que nos lleva a la plenitud de aquello que idealizamos.

Para que yo te apacigüe en lágrimas bañadas
vengas a traer hasta mis ojos tus tristezas.
Que la vida pasa, y no estamos con las manos enlazadas.
Éste mi leal corazón sólo ve tu belleza.

(Enlacemos las manos.)
(Seamos un solo corazón.)

Version do prof amigo poeta Juan Martín

***

Vem sentar-te comigo Lídia
Ricardo Reis


Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

***

BIOGRAFIA:

Ricardo Reis nasceu em Lisboa, às 11 horas da noite do dia 28 de janeiro de 1914. Foi discípulo de Alberto Caeiro, de quem adquiriu a lição de paganismo espontâneo. Há informação dando conta de que teria embarcado para o Brasil em 12 de outubro de 1919. Médico de profissão, monárquico, facto que o levou a viver emigrado alguns anos no Brasil, educado num colégio de jesuítas, recebeu, pois, uma formação clássica e latinista e foi imbuído de princípios conservadores, elementos que são transportados para a sua concepção poética. Domina a forma dos poetas latinos e proclama a disciplina na construção poética.

Ricardo Reis é o heterónimo que mais se aproxima do criador, Fernando Pessoa, quer no aspecto físico - é moreno, de estatura média, anda meio curvado, é magro e tem aparência de judeu português (Fernando Pessoa tinha ascendência israelita)- quer na maneira de ser e no pensamento. É adepto do sensacionalismo, que herda do mestre Caeiro, mas ao aproximá-lo do neoclassicismo manifesta-o, pois, num plano distinto como refere Fernando Pessoa em Páginas Íntimas e Auto Interpretação, (p.350).

Ricardo Reis é marcado por uma profunda simplicidade da concepção da vida, por uma intensa serenidade na aceitação da relatividade de todas as coisas.


http://nescritas.nletras.com/fpessoa/rrbiografia.htm

http://www.prahoje.com.br/pessoa/?p=15

http://www.ciencias.com.br/pagina_bedaque/pessoa/biografia.htm

http://www.secrel.com.br/jpoesia/reis.html

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quarta-feira, 4 de maio de 2016

                                                       

AMAR E SER AMADO
Guida Linhares

O inesperado aconteceu
Um beijo roubado no entardecer,
de loucos desejos nos preencheu!

E foram momentos de ternura,
em que céu e terra se tornaram um só,
num doce enlevo pleno de ventura.

Tudo mudou e ficou mais bonito,
pois o teu amor me acordou da letargia,
ao dizeres TE AMO, quase num grito.

E o Amor sorriu de contente,
na realização suprema de um ritual,
que aquece o coração de toda gente.

Descobrir-se que se é amado,
muda a vida e o destino se desvela,
ao dar vazão ao amor tão sonhado.

Vivo agora entre um e outro instante,
aguardando que chegues de mansinho,
me tomando nos braços, como doce amante.

Santos/SP/Brasil


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

TOQUE DE AMOR
Guida Linhares

Todo toque é pleno de amor,
quando acende os corações...
quando aquece as emoções...
e transmite um suave calor.

O ser humano precisa do toque,
para sentir-se feliz acarinhado...
para sentir-se alegre e apaziguado...
sentindo amorosidade a reboque.

Se na plenitude da vida a carência,
se fizer sentir por falta do toque,
fazes primeiro o carinho e desloque,
para o outro a tua afável essência.

Como rua de mão dupla atravessada,
o toque conquista e cultiva amores.
Nos faz contemplar entre as flores,
o suave beijo das borboletas aladas

http://www.cirandasdeletras.cantodapoesia.net/o_toque_das_maos.htm

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sábado, 31 de dezembro de 2011

Sementes de Esperança


SEMENTES DE ESPERANÇA
Guida Linhares

Mais um ano de esperança,
movendo a alma da gente,
que nunca pára e nem cansa
de plantar uma nova semente.

Semente de paz a mais bela,
dentre todas as virtudes,
luminosa sentinela,
guardiã das atitudes.

Semente de amor familial
alicerçada na compreensão,
livrando a todos do mal,
em fortes elos de união.

Semente de amor sincero,
com cuidado cultivado,
não sendo apenas mero
passatempo descuidado.

Semente da pura amizade,
cultivada com carinho,
trazendo a felicidade,
p`ra ninguém ficar sozinho.

Semente de união bendita,
que junta todas as raças,
em cujo coração crepita
o fogo eterno das graças.
 


sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal p´ra sempre

NATAL P´RA SEMPRE
Guida Linhares

Dezembro, mês que anuncia
as alegres comemorações.
É o Menino Jesus renascendo
dentro de todos os corações.

Então a boa vontade cresce
para compartilhar o melhor,
presentear a quem se ama,
e doar ao próximo todo amor.

Quisera que este espírito
fosse eterno, permanente,
num afeto desabrochado,
em bem querer crescente.

Mas a velocidade do tempo,
e a individualização das criaturas,
faz perderem de vista o evento,
esquecendo das santas venturas.

Não mais em ajuda se pensa,
não mais preocupa a dor do irmão.
Não mais se distribuem carinhos,
não mais se compartilha o pão.

A ternura do Menino Divino
sob o olhar de José e Maria,
inspira um Natal p´ra sempre,
solidário em completa estesia.

Santos/SP/Brasil
22/12/11
 
 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A beleza das flores


A BELEZA DAS FLORES
Guida Linhares

Todas as flores são maravilhas
que Deus Nosso Pai nos ofertou
Para que a qualquer tempo da vida
sentíssemos dele todo o seu Amor

Ao passearmos em jardins floridos
canta nosso interior a mais doce canção
Quando os olhos se debruçam na cor
e sentimos o doce perfume embriagador

Mas todas as flores tem duração efêmera
e logo suas pétalas murcham e caem por terra
dentro do ciclo vital que a natureza encerra
Novos brotos surjem, crescendo em viço e beleza

Assim também é o Amor, que mesmo cultivado
tantas vezes morre, deixando a criatura à míngua,
perdida por entre as suas ilusões desfiguradas

Contudo se ela tomar entre as mãos uma nova flor
perceberá os eflúvios alvissareiros despontando
para vivenciar uma nova e florida primavera.

Santos/SP/Brasil
18/02/08

Nossos Caminhos


NOSSOS CAMINHOS
Guida Linhares
Às vezes tão estranhos são os caminhos
do coração, à medida que passam os anos.
Tem vezes que nos sentimos sozinhos,
parece que a luz se apaga e a treva
chega, pela mão dos desenganos.
Mas eis que a fé no coração,
faz com que os olhos busquem a luz.
E mesmo na solidão percebemos,
a necessidade de equilibrar a emoção,
extraindo do Amor, bálsamo suave que nos conduz
a paz e a quietude interior que bem queremos!


quarta-feira, 13 de julho de 2011


UTÓPICA ILUSÃO
Guida Linhares

Caminho na praia
como uma andarilha perdida
sensações me fazem retornar
ao passado não tão distante
e me vejo novamente
de mãos dadas contigo,
olhando a linha do horizonte.

Caminhávamos juntos
sempre proseando bastante
éramos tão companheiros
trocávamos tantas idéias
planejávamos passeios,
filmes, viagens,
tantas coisas juntos

Mas eis que de repente,
uma revelação foi fatal,
quando na mesa do restaurante,
disseste que querias
a separação
que o amor fugira do teu coração

A surpresa foi tamanha
que levei um tempo para acreditar
que de repente tudo se esvaiu.
Mas os dias seguintes
foram terríveis
na constatação da cruel verdade
de que a solidão a dois
estivesse sendo encoberta
por uma sutil ilusão

E assim nos separamos
voce foi embora pra além da serra
eu fiquei aqui a olhar o mar
e pisar na areia fofa
e a refletir sobre tantos anos juntos
uma eternidade de apenas trinta e sete anos
que em poucos momentos de diálogo,
se esvairam como os grãos de areia
do meu castelo de sonhos
que não resistiu à maré alta
que veio e tudo destruiu

Olho a praia em toda a sua extensão,
sentindo o frescor da água nos pés,
e percebo então que os dias passam
e a vida se desenrola do mesmo jeito,
mas os amores são voláteis
eles podem acabar-se de repente
sem que a gente se dê conta
e então a fantasia se despe,
a quimera desaparece
e apenas sobra a lembrança
de uma utópica ilusão de que
os grandes amores duram para sempre!

Santos/SP/Brasil
07/06/06

Participação na ciranda poética Utopia

http://www.amoremversoeprosa.com/cirandas/446utopia.htm


sexta-feira, 20 de maio de 2011


NAVEGANTE VIRTUAL
Guida Linhares

Onde brilha o sentimento,
que trazes forte no peito,
não terá lugar o lamento,
num coração tão perfeito.

Ainda que o tempo passe
em devaneios ao sol poente
não há nada que rechace
o sentir de alguém contente.

Mesmo que nuvens revelem,
nuances de uma chuva forte;
há devaneios que perseguem
a vida plena e não a morte.

E assim navegas no rio
entre sonhos e ilusões.
A vida fluindo por um fio,
entrelaçado de emoções.

Fiel é o teu remo navegante
cheio de esperança no coração,
fazes da telinha o gigante,
que alimenta a tua paixão.

Images Google

Canteiro dos Girassóis

quarta-feira, 17 de novembro de 2010


AMOR & AMIZADE
Guida Linhares

Amor sentimento desvelado
em coração apaixonado
buscando encontrar no outro
mil venturas e encantos

Amizade sentimento elevado
em coração que encantado
busca encontrar no outro
afinidades e sintonia

O amor desperta os seres
para a unificação total
de corpo e alma resolutos
se entregando e fundindo

A amizade envolve os seres
unindo almas que se atraem
tornando-se companheiras
solidárias e confiantes

No amor a amizade se funde
quando envolve o desejo
Na amizade o amor se constrói
no querer bem ao outro

Tênue fio a interligar
os corações das criaturas
amizade e amor permeiam o sentir

Mas só quem ama de verdade
sabe discernir o amor da amizade


domingo, 24 de outubro de 2010


INESQUECÍVEL
Guida Linhares

Guardo na lembrança momentos inesquecíveis
de uma infância repleta de alegria e felicidade.
Do quintal da casa grande cheio de árvores frutíferas,
passarinhos, galinhas, patos, um cão e dois gatos.
Dos queridos avós, sempre tão carinhosos,
a contar as estórias da carochinha.
Da menininha na garupa da bicicleta do pai,
indo passear numa tarde ensolarada e quente.
Da infância feliz, onde livre, leve e solta
corria pelo quintal atrás das borboletas.

Mas o tempo foi passando e a menina cresceu.
O baile da debutante um sonho realizado,
com vestido branco rodado e flores no cabelo.
E veio o primeiro namorado, o primeiro beijo
roubado, escondido no escurinho do cinema.
A primeira desilusão...outros amores....
O príncipe e o casamento de véu e grinalda,
a alegria das três maternidades....são tantos momentos
que precisariam muitos versos para contá-los todos,
então aqui encerro dizendo apenas: sou muito feliz!


segunda-feira, 13 de setembro de 2010


ARCO ÍRIS
Guida Linhares

I


Depois da tormenta

um colar se apresenta.
Energia em cores.

II


Atrás da montanha.

Desponta o arco-íris.
Beleza tamanha.

III


São sete matizes,

a encantar o olhar.
Momentos felizes.

IV


Reflexo do sol,

numa ilusão de ótica.
Dispersão da luz.

V


Refração de cores.

Um arco corta o espaço.
Coração em festa!

VI


Nas águas do mar

o arco se completa.
Espelho d`àgua.

VII


Luzes refletidas

numa ilusão de ótica.
Gotas mágicas.


VIII


Olhar perdido

na paleta do arco-íris,
até desvanecer.